SOS CRIAÇÃO!!!
O planeta está superaquecendo. Na tentativa de sobrevivência, muitos animais ressurgem das cinzas como fênix. Todavia a maioria se encontram feridos, queimados, mortos. Seus habitantes estão descolorindo o mundo.
Nossos verdes estão perdendo a vida. O azul marinho está secando, escurecendo e plastificando. O tom celeste se tornou cinzas.
Quando falamos do Brasil, falamos também do chocante e covarde descaso quanto à proteção do patrimônio ambiental. Descaso que parte desde o cidadão que joga lixo nas ruas até os altos poderes.
Evidenciaremos o que traz nossa Constituição, 1988, em seu artigo 225, VII: “proteger a fauna e a flora, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.”
Apesar disso, algumas pessoas desta órbita, com alto poder aquisitivo ou não, conscientes ou não, minguam e exterminam a capacidade de sobrevivência de todas as gerações futuras. Ou quem sabe até, pelo calor do momento ou faíscas de um incêndio, seus atos lhes custem a própria existência.
Sobretudo, paralelo ao processo de ruínas e lutando incessantemente para combater a desolação do planeta, estão os diferentes tipos de protetores e defensores.
Ativistas, militantes, pessoas comuns que sozinhas ou acompanhadas lutam diariamente contra a crueldade, o especismo e a assolação da fauna e flora de todo planeta.
Recortes alarmantes
Primeiramente, o Pantanal está há mais de 40 dias sendo destruído e consumido pelo fogo. As estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de que a área afetada já corresponde a 17,4% do bioma (cerca de 133 mil km²).
“A área devastada foi 10 vezes maior do a área afetada por queimadas nos últimos 18 anos.”
“Esta é uma situação extremamente grave, pois além dos incêndios causarem a destruição da flora nativa e matar os animais silvestres, todo ecossistema é comprometido. Os rios e peixes também são afetados, pois com a proximidade das chuvas, há chances das cinzas se depositarem nos rios, matando também os peixes da região.
A recuperação do bioma do Pantanal, que é o maior sistema de águas terrestres da América Latina, deve durar entre 30 e 50 anos.”
Disponível em:
https://animalequality.org.br/blog/o-que-a-producao-de-carne-tem-a-ver-com-as-queimadas-no-pantanal/
Outro estridente grito de socorro é o da Amazônia.
Muitos a conhecem como o “pulmão do mundo”. Por outro lado, o Greenpeace chama a atenção para as terríveis ameaças em que a floresta esta sofrendo.
Em suas palavras “ a Amazônia é o coração pulsante do nosso planeta, que regula o sistema climático global e espalha chuva para outras regiões do país em nuvens que funcionam como veias bombeando sangue para o restante do nosso corpo.”
Por último, o texto ainda ressalta que a floresta amazônica não guarda apenas um tesouro. Ela preserva nosso futuro comum. E sem ela, o planeta não é capaz de sustentar a vida.
Disponível em:
https://www.greenpeace.org.br/todos-pela-amazonia
Como posso ajudar a salvar o planeta?
São muitos os planos de desenvolvimento para ajudar os biomas a se reestruturarem. Diminuir as contaminações e doenças disseminadas através do consumo e exploração de animais. Garantir a existência e o futuro das diferentes espécies. E preservação das águas, fauna e flora.
Um deles, bastante saudável e capaz até de erradicar a fome no mundo é o vegetarianismo e veganismo.
Segundo a ONU, atualmente, mais da metade de todos os alimentos vegetais produzidos no mundo são destinados a alimentar animais que vão ser abatidos.
São mais de 900 milhões de toneladas de milho e 260 milhões de toneladas de soja.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto do Meio Ambiente da Universidade de Minnesota, nos Estados unidos, se todos esses grãos fossem destinados ao consumo humano, teríamos 70% mais comida disponível do que temos hoje e poderíamos alimentar 4 BILHÕES de pessoas a mais do que se alimenta com a carne animal que é produzida atualmente.
Para concluir essa linha de pensamento, o conteúdo retrata uma mesma área fértil. Com ela, é possível alimentar 1 pessoa que come carne ou 18 veganos.
*1 hectare de terra produz 0,3 toneladas de carne ou 7,5 toneladas de trigo.
Disponível em:
https://escolhaveg.com.br/blog/a-fome-mundial-pode-acabar-se-voc-quiser/
As lendas da tradição
Ao longo de nossa vida ouvimos muitas mentiras que por cultura acabamos acreditando com tamanha fé que acabam se tornando verdade.
No entanto, muitas tradições são construções de ideias vãs.
Como por exemplo, “o animal existe para suprir as necessidades do ser humano”, ou “o ser humano, topo da cadeia alimentar, precisa de proteína animal para sobreviver”.
Carolinne Cauane é vegetariana e conta que cresceu em fazenda. Viveu vendo mortes. Era comum ver a sua avó quebrar pescoço de galinha e seu avô esfaquear e atirar em animais.
Mas tudo aquilo sempre doeu em seu coração. Ouvir os animais gritarem era uma tortura. Uma dor que Carolinne não sabe explicar.
“Sempre que eu falava que iria me tornar vegetariana, as pessoas me diziam que eu era louca. Que eu iria ficar doente, que eu morreria. Que eu era isso ou aquilo.”
Ela orienta para a consciência coletiva. Nos recorda que o planeta é a nossa casa e está entrando num terrível colapso.
“Todo esse calor dos últimos anos não é por acaso. Se as pessoas não se conscientizarem disso, ninguém vai ter para onde ir.
Vai chegar um momento em que não vamos mais ter florestas. Nem alimento, nem água. As pessoas precisam acordar! Se continuar assim, em pouco tempo entraremos em extinção.”
Outra mentira contada pelo meio social é a de que não é possível comer bem e barato sendo vegano.
Carolinne é empresária no segmento alimentício e ressalta o papel do capitalismo.
Ela relata que quando você pesquisa por veganismo, se depara com muitos produtos caros. Mas, acredita que falta vontade das empresas quererem oferecer um produto de qualidade à preço justo.
“Porque não é só ganhar dinheiro. O vegetarianismo/veganismo é muito maior que isso. É uma causa. Um estilo de vida. É você deitar a cabeça em seu travesseiro e saber que não tem uma morte em suas costas”.
Um peso, duas medidas
Juntamente com Carolinne, a profissional gastronômica Cakau Oliveira, também trabalha valorizando a culinária vegana acessível e saborosa.
Cakau diz que o negócio é pesquisar. O mercado de produtos sem exploração animal está em crescimento. Porém alguns comerciantes pegam a mesma mercadoria e a engrandece, multiplicando infinitamente seu valor.
“É preciso pesquisar muito porque muitas vezes o consumidor está sendo enganado.”
Marcelo Seles têm uma distribuidora de produtos veganos e descreve um pouco deste cenário.
Ele diz que é perfeitamente possível ter uma alimentação vegana por um custo muito baixo.
Assim como numa alimentação cárnea, existem produtos mais acessíveis e outros menos, no veganismo também funciona assim.
Compare por exemplo, o custo de um bife com o custo de legumes, grãos e leguminosas. Marcelo também atenta para a necessidade de se informar e pesquisar. E claro, ter tempo e vontade de cozinhar.
No entanto, para aqueles que não podem ou não querem preparar o seu próprio alimento, realmente fica mais caro.
Produtos veganos industrializados tem um preço elevado por diversos fatores como a lei da oferta e procura, falta de subsídios como tem os produtos de origem animal e ainda acrescida a “taxa gourmetização”
O vegano Marcelo lista alguns pontos da causa e acredita que essa ação particular é fundamental para o bem coletivo.
Ele espera que possamos ver o novo e o diferente, além dos rótulos e modismos. Que acreditemos que o mundo pode ser melhor, começando por nós mesmos. Com menos críticas e julgamentos e mais ações positivas!
Para ele, o veganismo vai muito além de não comer carne. É um movimento ativista que, de uma forma consciente, luta contra todo tipo de exploração animal. Como reflexo, traz melhorias para a pessoa e para o planeta.
Sob o ponto de vista da saúde, a diminuição do consumo de carnes evita muitas doenças.
Em relação ao meio ambiente, a produção de alimentos de origem animal consome muitos recursos e espaço no planeta, além de gerar muita poluição.
Já na produção de alimentos de origem vegetais, é possível produzir muito mais gastando menos recursos. O que ajuda o planeta e a combater a fome em todo o mundo.
“Eu acredito que o veganismo, possibilita uma vida mais equilibrada, saudável e menos destrutiva de forma coletiva”, conclui.
Logo eu, vegana pobre
Afim de divulgar, conscientizar e informar de um modo rápido e com mais proximidade, existem nas redes sociais, páginas que ajudam no processo de transição.
Uma delas que fala de forma clara sobre veganismo acessível é administrada por Caroline Soares.
A vegana e estudante de nutrição, relata que, em geral o movimento vegano costuma ser elitizado porque a grande maioria dos influenciadores digitais são pessoas brancas e de classe média alta.
“A pessoa vê de fora e logo pensa: aquela garota é paty! Está comendo mirtilo, tofu, só coisa cara. Como é que eu vou ser vegano?”
Por outro lado, Caroline diz que a real alimentação vegana é muito mais simples. Estamos falando de alimentos do dia a dia como arroz, feijão, batata, cenoura, hortaliças e etc.
Ela ainda traz a reflexão de que precisamos de uma consciência ambiental e social para ontem. Pois, sabemos que a exploração animal pode custar caro para todas as espécies.
Todo o ecossistema sofre com esse processo. O meio ambiente como um todo. O animal sacrificado. E o ser humano consumidor.
Os efeitos são devastadores.
A vegana termina dizendo que se as outras pandemias e epidemias que tivemos fossem iguais à atual, já teríamos sido exterminados há muito tempo.
Somos viajantes planetários
Para Jerusa Luz, nossa postura tem sido extremamente consumista, capitalista e inconsciente. Estamos saturando o planeta em todos os aspectos.
As matérias-primas são destinadas às indústrias e somos induzidos a comprar um monte de industrializados dos quais não precisamos. Causando assim, um certo distanciamento dos produtos naturais. Como por exemplo, troca-se um coco fresco por uma água de coco de caixinha.
Sem falar dos impactos ambientais produzidos pelos dejetos dos animais das grandes granjas. Das ocupações de áreas que deveriam ser preservadas da presença humana. Como reservas legais, mananciais, fontes, que estão se tornando pontos de visitação indiscriminada para simplesmente enriquecer pessoas.
E por aí somam-se outras tantas ações humanas: pesca predatória, poluição, falta de políticas públicas adequadas para tratamento do lixo que já é excedente.
De antemão, Jerusa diz que o veganismo salva o próprio ser. Afinal de contas, somos viajantes planetários brevemente estacionados nesse mundo para fazer algo melhor por ele.
Além disso, é libertador não ter mais o sangue no prato, nem os restos dos corpos dos irmãos animais.
O veganismo nos dá a oportunidade de salvar dois seres, nós e o outro ser animal.
A protetora de animais e defensora do meio ambiente, encerra com uma mensagem de luz. Um pedido para as pessoas se colocarem no lugar do animal.
“Temos que olhar para o outro ser vivo. Olho no olho. Procurar sentir o que ele está sentindo. Procurar entender aquela alma. Porque sim, os animais têm alma.
Portanto, se queremos que o mundo seja um lugar melhor, não justifica nós ainda nos alimentarmos com energias mortais dos nossos irmãos. Sendo que, podemos nos nutrir de vida proveniente dos vegetais. O alimento precisa ser vida, arte, colorido, sabor.”
Em síntese, o veganismo pode ajudar no equilíbrio e na reestruturação dos biomas. O canal veganize postou um vídeo simples, porém muito explicativo sobre o tema.
Confira em http://veganize.com.br/veganismo-e-o-meio-ambiente/
Se você se preocupa com o meio em que vive, se quer que tudo que existe possa continuar existindo, então deixe viver.
“Aja de modo a que os efeitos da tua ação
sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra”.
Hans Jonas, em Ética da Responsabilidade.
Por Ana Luz Borges, para Revista Society
Imagem: https://pixabay.com/pt/illustrations/conserva%C3%A7%C3%A3o-da-natureza-480985/