O novo sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, chamado de Pix, entra em operação nesta segunda-feira (16). Antes disso, alguns clientes selecionados participaram da fase de testes do produto, que agora será aberto para todos.
Para utilizar o Pix, os interessados devem realizar um breve cadastro no seu banco ou carteira digital. É importante sempre usar seu login (nome de usuário) e senha em instituições que você já conhece para realizar o registro das chaves Pix e evitar cair em fraudes.
Ele é gratuito para transferências feitas pela internet entre pessoas físicas (quem possui conta com CPF) com contas em diferentes instituições. Poderão ser taxados os que realizarem Pix em operações presenciais ou por telefone.
Também pode haver cobranças para empresas (CNPJ) e microempreendedores individuais (MEI), mas as estratégias de tarifas e limites serão definidas pelos próprios bancos, a partir de uma oferta mínima gratuita definida pelo Banco Central.
O porta-voz do grupo de segurança da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Ivo Mósca afirma que a tendência é ter um ambiente mais competitivo que deverá fazer com que as tarifas do Pix para empresas e comerciantes sejam bastante atrativas, possivelmente mais baratas que as de cartões de crédito ou débito.
O Pix também amplia a gama de concorrentes, dado que o banco Central autorizou 762 instituições a realizarem este tipo de operação.
Se por um lado, os bancos e instituições poderão adotar diferentes tarifas e limites de transferência, de acordo com o que julgam ou não seguro, a concorrência pode fazer com que haja uma moderação em comportamentos abusivos.
De uma forma geral, o custo da operação via Pix é bem menor que por cartões, por exemplo. Ela é mais direta e não tem de remunerar banco, adquirente, etc. Dessa forma, pode acabar se tornando um meio de pagamento mais barato, se comerciantes ou prestadores de serviço decidirem repassar os custos transacionais para os clientes.
O que pode ocorrer é ofertarem descontos ou algum outro tipo de vantagem, como recompensas ou pontos, quando o pagamento for por Pix.
Além de tudo, o Pix permite fácil portabilidade de chaves, que é quando você decide que quer receber o dinheiro dos pagamentos e transferências em outra instituição se seu banco não estiver com as melhores condições.
“É mais fácil que portabilidade de celular. Pode ser feito com alguns cliques apenas“, afirma Mósca.
Vantagens
- Gratuito e instantâneo para transações on-line interbancárias (bancos diferentes) entre pessoas físicas;
- Deverá gerar menos custos a empresas, MEIs e prestadores de serviços;
- Funciona fora do horário comercial, também nos fins de semana e feriados;
- Irá permitir, em breve, possibilidade de saques sem cartão em pontos comerciais;
- Facilidade de portabilidade de chaves;
- Reduz a necessidade de pagar cestas mensais nos bancos;
- Elimina a necessidade de pagar tarifas avulsas TED/DOC.
Desvantagens
- Não aceita crédito;
- Não há possibilidade de parcelamento;
- Para o pagamentos em estabelecimentos, exige mais passos que simplesmente usar cartão ou sistema NFC no celular. Também demanda acesso à internet;
- Cada banco pode adotar política de cobrança e limitações diferentes;
- Pode ser tarifado quando feito por telefone ou atendimento presencial;
- Não há possibilidade de estorno nas transferências.
É bom mesmo?
O Pix promete ser uma forma democrática e rápida de transferir dinheiro e realizar pagamentos a qualquer hora e de qualquer lugar.
No entanto, o novo sistema terá restrições de valores e horários de transações na primeira fase de funcionamento que vai até o dia 28 de fevereiro de 2021.
Incialmente, o valor limite para transferências entre contas com diferentes titulares precisam ser de pelo menos 50% do valor permitido para TED. Outras operações terão o limite máximo do cartão de débito (cuidado para não entrar no cheque especial, uma vez que o dinheiro é subtraído imediatamente da conta).