Em meio à desorganização provocada pela pandemia, pesquisadores alertam que alguns fatores devem ser monitorados: “Estimativas do Banco Central apontam queda de cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020. Já são visíveis os reflexos negativos sobre os empregos e a renda da população, o que pode estabelecer um teto no preço de lácteos ao consumidor. Ainda há grandes incertezas quanto à retomada da atividade econômica no País, o importante agora é manter a cautela na tomada de decisões”.
Fora a pandemia, o fato de haver menos leite no mercado também influencia na direção em que os preços devem seguir. A nota de conjuntura publicada em junho pelo Centro de Inteligência do Leite (CILeite) da Embrapa aponta quatro fatores que contribuem para a baixa disponibilidade do produto no mercado: o período de entressafra na produção nacional; a piora na rentabilidade do produtor (que faz com que descartem vacas e reduzam a produção); problemas climáticos; e queda nas importações.
Terminando 2020 e começa 2021 fortemente pressionada em custos, em função dos elevados preços do milho e do farelo de soja e, também, da elevação da taxa de câmbio. Ao mesmo tempo, a movimentação dos preços pagos agora no final do ano será determinante para definir o incentivo (ou falta dele) ao produtor nacional no começo de 2021 e, como consequência, o cenário de produção de leite.
Comércio exterior: dólar em elevação e oscilante não foi impeditivo para o aumento das importações a partir de julho deste ano – a relação de preços (leite importado vs local) neste período foi favorável à competitividade do produto do Mercosul aqui no nosso mercado. Mas, como estará esta relação de preços no início de 2021 e a competitividade do produto dos “Hermanos” aqui no nosso mercado?
Sem citar a precariedade de alguns produtores tiveram que passar por falta de energia no ano de 2020, falta de energia elétrica em Goiás causou diversos prejuízos aos produtores de leite do estado. Segundo o produtor Thiago Rodrigues, apenas algumas horas sem energia podem causar perdas consideráveis na atividade a ponto de precisar descartar os produtos.
“Para termos uma produção segura, temos que lançar a mão de energia alternativa, que é muito caro”, afirma o produtor.
De acordo com o comentarista do Canal Rural, Benedito Rosa, o problema se agrava no verão e afeta diversos estados do Brasil, não só em Goiás. “Nas cidades a ativação de energia é rápida, mas no interior a situação é pior. Os produtores têm custo adicional e isso faz parte do que chamamos de custo Brasil e esse gasto inviabiliza a produção de leite no país”, relata.
fontes: www.istoedinheiro.com.br / portalghf.com.br
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